Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 6 “Morada no Céu”

Morada no Céu…
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar”
João 14:02

Esse versículo me intrigou por muitos anos, será que há casas no céu onde todos vamos morar quando partirmos desse mundo material para o mundo espiritual? Como seria uma casa no mundo espiritual? Sempre achei um pouco confuso a ideia e a conciliação das duas ideias “casa” que é algo material com o céu algo espiritual. Meus questionamentos não eram sem fundamento, penso que encontrei uma resposta mais coerente ao me aprofundar na raiz do versículo.
Para começar a Bíblia foi um livro escrito, na suma maioria esmagadora, por judeus, sejam profetas, discípulos ou apóstolos. Certo que partes do chamado “novo testamento” foi escrito em grego mas por judeus que tinham uma cosmovisão hebraica em contraste com o mundo grego romano. Como já discuti esse assunto noutro artigo intitulado: “Mente Hebraica x Grego-Romana” https://raizeshebraicas.com/2013/10/12/mente-hebraica-x-grego-romana-integra/ não vou entrar em detalhes, só salientar que a mentalidade Hebraica é holística e a grego/romana é dualista. Na visão grego romana, esse mundo material é mal, caído e inferior, portanto devo olhar para o mundo espiritual que é perfeito e superior, interpretando esse versículo dentro dessa ótica nos dá muito conforto em saber que temos uma mansão celestial esperando por nós quando morrermos, certo? Não tão rápido assim! Será que era isso mesmo que Yeshua estava dizendo nesse versículo e nesse capítulo?

Façamos uma análise desse versículo:
1 – A palavra “casa” no grego = οἰκίᾳ (pronúncia – oikia) plural possessivo que vem direto do hebraico = בָּתֵּימוֹ (pronúncia – bottermo) plural possessivo da palavra בַּיִת (bayit). Descreve uma habitação mas também quer dizer família ou lar.
2 – A palavra “moradas” no grego = μοναὶ (pronúncia monē) indica também habitação com uma pequena sutil diferença, essa é física mas pode também ser relacional. A palavra mais próxima em hebraico é מִשְׁכָן ((pronúncia miškān) que traduzimos como tabernáculo. E a plavra Sakan (שָׁכַן) habitar.
Em Êxodo 25:8 lemos: “E me farão um santuário (miškān), e habitarei (שָׁכַן ) no meio deles.”

Essa palavra morada, no grego = μοναὶ (pronúncia monē), aparece somente 2 vezes no novo testamento, aqui em João 14:2 e no versículo 23:

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada (monē).” V23

Vemos claramente no versículo 23 que Yeshua está se referindo a um relacionamento e não a uma morada física. Devemos entender que D-us não precisa de uma habitação física para morar, afinal ele é o dono do universo, a função do tabernáculo era pra que Ele pudesse ter uma relação próxima com o Seu povo. Relacionamento, é a chave para entendermos a intenção de D-us ao mandar o povo judeu construir uma habitação para Ele, quando chegamos no novo testamento esse objetivo continua o mesmo, relacionamento.
Da mesma forma que D-us habitou no tabernáculo no meio de Israel no deserto, Yeshua veio habitar no nosso meio João 1:14
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”
Novamente aqui está se referindo primordialmente ao relacionamento entre D-us e a humanidade, através da habitação física. Yeshua, não somente habitou em um corpo humano (casa, residência) mas relacionou-se conosco.
Enquanto as 2 palavras, casa e morada, se referem a habitação e residência, nosso melhor entendimento das palavras do mestre é relacionamento, se lermos todo o capítulo de João 14 vamos concluir que a ênfase é relação com D-us e observação dos mandamentos – Toráh, que é a prova que temos uma relação com o Criador. Não é uma habitação no futuro num mundo celestial e perfeito, a habitação não é geográfica mas sim relacional. Ter um imóvel no céu não é tão importante, mas ter uma relação próxima com o Rei sim.
Observamos também que o movimento é sempre do alto, celestial, para o plano terreno. D-us sempre envia algo ou alguém para se relacionar conosco, desde o jardim do Eden:
“…Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia…” Gen 3:8
Depois vemos no fechamento triunfal em Apocalipse esse mesmo movimento, céu – terra:
“….E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu…”Apocalipse 21:2
Essa frase idiomática parece nos indicar que nosso futuro será aqui numa terra renovada, a último visão de João em Apocalipse 21:1-3 é a nova Jerusalém descendo sobre a terra e D-us finalmente habitando entre aqueles que o amam. Portanto não é minha intenção decepcionar aqueles que estão esperando morrer e terem uma habitação celestial, mas gostaria de estimular a você reavaliar o que crê e buscar entender as escrituras em seu contexto histórico e cultural, grandes surpresas agradáveis te esperam.
Esse segundo entendimento (terra-céu) é baseado num mundo dualístico que nasceu com os filósofos da Grécia antiga e não dentro da perspectiva bíblica hebraica. Só lembrando Yeshua era judeu e não grego.

Autor: A Sfalsin

Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico…

“Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico…”
Lucas 18:23

Ficou muito triste,  porque era muito rico.

Nessa passagem encontrada em Lucas 18:18-27 existem tantos conceitos profundos que um pequeno artigo não é possível ampliar todas a suas dimensões, mas quero me concentrar em um aspecto que creio que será enriquecedor para nossa vida.
O texto:
E perguntou-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna?
Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.
E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.
Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico.
E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se?
Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus. Lucas 18:18-27

Um certo príncipe se aproxima de Yeshua após ouvir seu discurso e se mostra interessando na vida eterna ou mundo por vir[1], então Yeshua lhe responde, não há ninguém bom senão D-us e recomenda que guarde os mandamentos encontrados na Torá.
1- Não adulterarás,
Não adulterarás. Êxodo 20:14
2- Não matarás,
Não matarás. Êxodo 20:13
3- Não furtarás,
Não furtarás. Êxodo 20:15
4- Não dirás falso testemunho,
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Êxodo 20:16
5- Honra a teu pai e a tua mãe.
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá. Êxodo 20:12

O Principe responde que isso já tinha feito desde sua infância and Yeshua acrescenta algo inesperado, “vende tudo que tem, parta com os pobre e terás um tesouro “no mundo por vir” [1].
Ouvindo isso o príncipe “ficou muito triste”. Quero explorar esse conceito “ficou muito triste”. Porque? Que tipo de tristeza? Qual o conceito de Yeshua de tristeza no primeiro século.
Vamos começar com o conceito grego que sem dúvida alguma influencia nosso entendimento e nossa cosmovisão. No grego a palavra “muito triste” é perilypos = Vem da raiz da palavra Lype = dor. No conceito grego o oposto de hype (dor) é Hedoné (prazer), de onde tiramos a palavra hedonismo [2]. Na pensamento grego a vida oscila entre prazer e dor num ciclo infindável até a passagem para o mundo superior espiritual, ideias influenciadas por Platão. O contraste é entre Lype x Hedoné. Dor e prazer, tristezas e felicidades.
Já no conceito hebraico o contraste é entre Lype x Chará. A palavra “chará” se traduz como alegria, também serve como raiz da nossa palavra “caris” – caridade ou graça. Nesse conceito o oposto da dor é a alegria. Abaixo um gráfico com as diferenças.

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No grego, Lype (dor) tanto a dor física como, a fome, a sede, o frio, o calor; como a dor da alma, a morte, o infortúnio, o aborrecimento, o insulto e o ultraje devem ser evitados a todo o custo, a busca pelo prazer torna-se o propósito da vida. O prazer ou felicidade vem em primeiro lugar, segundo um bom estado mental mas isso é transitório porque parte de fora para dentro, é estimulado e dependente de coisas exteriores, é afetado pelo que se tem (TER). A felicidade vem da experiência do bem, diferente do mal! Quando cessar a motivação exterior a “felicidade” e o “prazer” cessam. A língua inglesa encapsula essa ideia perfeitamente na palavra “happiness”, você precisa de algo “to happen” (acontecer) para ser feliz. Não é por acaso que muitos buscam a tal felicidade, happiness. O problema é que a busca pela felicidade se torna o objetivo infinito da vida sem nunca ser alcançada, a máxima da vida se torna a busca do prazer e conforto e evitar o dor a todo o custo. Quantos de nós já não oramos pedindo a D-us para nos livrar de algo que nos incomoda? Talvez, deveríamos orar pedindo que, apesar das lutas, Ele nos dê alegria para enfrentar os desafios.

Diferentemente do grego o hebraico entende que a dor (Lype) faz parte da experiência humana, mas reconhece que a dor pode e deve levar o indivíduo a alegria. Como pode ser isso? Parece contra-intuitivo. Os escritores do novo testamento eram na sua maioria judeus, alguns escreveram em grego mas com o conceito hebraicos tirados direto da Tanak [3] a alegria sempre foi ensinada como o oposto da dor e tristeza, a alegria é o propósito da vida, é algo interior; um prazer profundo. É uma profunda certeza e confiança que preenche o coração (sentimentos/mente), se torna uma condição, um estado de alma devido a estar bem com D-us, é independente das circunstâncias porque a sua fonte é um D-us eterno, transcendente, e que conhece nossas necessidades melhor do que nós mesmos, é baseada no SER, não no ter. A alegria de ter uma experiência de D-us, independente do bem ou do mal, vem Dele. Portanto a alegria vem primeiro e como resultado, porque você tem Chará (alegria com fonte espiritual), você reflete secundariamente no material e no seu exterior.
Portanto, sorria! Naturalmente não é fácil sorrir quando passamos por provas e tribulações mas devemos entender que independente das circunstâncias difíceis ELE prometeu estar conosco até mesmo quando atravessamos o vale da sombra da morte Salmos 23:4, a única razão que sobrevivemos o vale é porque o SENHOR está conosco, não são os amigos, a família, os colegas por mais bem intencionados que eles sejam. Enfim, nossa alegria vem diretamente do Senhor, “portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.” Neemias 8:10
No caso do príncipe na nossa história ele se entristeceu porque seu propósito de vida estava vinculado com o “prazer e felicidade” das coisas materiais, mostrado na segunda parte da verso “porque era muito rico”, baseou sua vida na transitoriedade dos bens materiais. Yeshua aponta para o erro, e tentou corrigí-lo apontando para o fato de que ele precisava de primeiro alegria (chará) no centro de sua vida e por consequência sua vida seria cheia de propósito e se tornaria apto para participar do “mundo por vir” Olam haba (עולם הבא).
Note que a alegria não é uma recomendação de Yeshua, na Tanak é ensinado como um dos mandamentos a serem cumpridos. Deuteronômio 16:15,

“Sete dias celebrarás a festa ao Senhor teu Deus, no lugar que o Senhor escolher; porque o Senhor teu Deus te há de abençoar em toda a tua colheita, e em todo o trabalho das tuas mãos; por isso certamente te alegrarás.” Deuteronômio 16:15

independente das circunstâncias. O texto não diz: “quando você estiver se sentindo bem, se alegre no Senhor”.

“Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho.” Salmos 4:7.

Portanto devemos nos esforçar para cumprir todos os mandamentos do Senhor, inclusive alegrarmo-nos diariamente independente de nossas lutas.

Autor: A Sfalsin

Existe um abismo de diferença entro o pensamento grego e hebraico que muitas vezes atrapalham nosso entendimento, visto que nossa forma de pensar tende para o grego devido a forma que nos foi ensinado. Se você se interessa por essas diferenças sugiro que leia minha outra postagem Mente Hebraica x Grego-Romana https://raizeshebraicas.com/2013/10/12/mente-hebraica-x-grego-romana-integra/

[1] “Mundo por vir” é um conceito em hebraico que é chamado de Olam haba (עולם הבא), que nesse texto é traduzido como “vida eterna”.
[2] Conforme Platão “O hedonismo psicológico ou motivacional afirma que apenas o prazer ou a dor nos motivam.”
[3] O Tanakh é composto por 24 livros que se agrupam em três conjuntos: “Lei, Profetas e Escritos”.
Torá, (Lei): – Os 5 primeiros livros da bíblia ao “Pentateuco ou a Lei Mosaica”; NEVIIM – oito livros (Profetas), KETUVIM – onze livros (Escritos): Composto pelos livros poéticos e trechos de alguns livros proféticos. Portanto TANAK é um acrônimo das 3 primeiras letras das divisões tradicionais no texto massorético.

Passagens com o de “chará”: Mat 2:10, Mat 13:20, Mat 13:44, Mat 25:21, Mat 28:8, Mar 4:16, Luc 4:16, Luc 1:14, Luc 2:10, Luc 8:13, Luc 10:17, Luc 15:7, Luc 24:41, João 3:29, João 15:11, João 16:20, João 17:13, Atos 8:8, Atos 12:14, Atos 13:52, Atos 15:3, Rom 14:17, Rom 15:13, 2 Cor 1:24, 2 Cor 2:3, 2 Cor 7:4, 2 Cor 8:2, Gal 5:22, Fil 1:4, Fil 2:2, Fil 4:1, Col 1:11, 1 Tes 1:6, 1 Tes 2:19, 1 Tes 3:9, 2 Tim 1:4, Filemom 1:7, Heb 10:34, Heb12:2, Heb 13:7, Tiago 1:2, Tiago 4:9, 1 Pedro 1:8, 1 João 1:4, 2 João 1:12, 3 João 1:4.

Como o hebraico é muito mais rico em definições, a palavra grega “chará” tem 6 correspondentes na Tanak [3].
1- גִּיל gîl – Alegria – Joel 1:16
2- מָשׂוֹשׂ māsôs – Alegria – Lam 5:15
3- רִנָּה rinnāh – Cantoria – Isa 55:12
4- שְׂחֹק sᵉchōq – Riso – Salmos 126:2
5- שִׂמְחָה simchah – Alegria/felicidade – I Crônicas 29:22, Salmos 21:6, Jonas 4:6
6- שָׂשׂוֹן sāsôn – Alegria – Jeremias 16:9

Textos na Tanak [3]: 2 Crônicas 29:22, Ester 8:17, Ester 9:17, Ester 10:3, Salmos 21:6, Salmos 126:2, Proverbios 14:13, Proverbios 29:6, Isaías 39:2, Isaías 55:12, Isaías 66:10, Jeremias 15:16, Jeremias 16:9, Jeremias 25:10, Lamentações 5:15, Joel 1:5, Jonas 4:6, Zacarias 8:19

Ide, e dizei àquela raposa…

“Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te.
E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado.”
Lucas 13:31-32

Nessa passagem bíblica Yeshua (Jesus) está sendo advertido pelos seus amigos, os fariseus, sobre a perseguição que Herodes Antipas tinha lançado sobre Ele. Então Yeshua (Jesus) responde: “E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa:” O que Yeshua quiz dizer com “dizei àquela raposa?
Me lembro dos meus anos de menino quando contavam-me estórias onde a raposa era apresentada como o bicho, sagaz, inteligente e astuto. Talvez seja essa a imagem que temos quando lemos essa passagem bíblica. Mas, vamos tentar colocá-la em seu contexto original no mundo hebraico/grego.
Conforme os estudos de David Bivin [1a] “a metáfora “raposa” provou ter significado dúbio para falantes de línguas europeias. Muitos especialistas do Novo Testamento seguiram o sentido claro e amplamente conhecido da palavra grega e do idioma sem primeiro fazer uma pergunta importante: “Como a palavra “raposa” era usada pelos judeus?” A resposta revela uma diferença no uso do hebraico e do grego, e deve servir como um lembrete de que sempre se deve interpretar as metáforas dentro do ambiente cultural adequado” [1b]
No grego a palavra raposa é (alōpēx), ela é associada com a esperteza e ligeireza em ataques noturnos a outros animais, também seu oportunismo em roubar prezas já mortas por animais mais fortes do que ela. Portanto os gregos fizeram a associação exclusiva dessas características a pessoas oportunistas, inteligentes e astutas.
Entretanto a palavra raposa no hebraico é (שׁוּעָל, shū’āl) que tem um significado muito mais amplo além do grego. Vejamos o uso mais amplo nos escritos dessa época:
1- Como astúcia. Na Midrash R. Eleazar ben R. Shim’on [final do segundo século d.C.] disse: “Os egípcios eram astutos e é por isso que as Escrituras os comparam a raposas.” (Cântico dos Cânticos 2:15).
2- Como ardilosa. No comentário babilônico do Talmud (Berachot 61b) o Rabi Akiva contou uma parábola:
“Uma raposa estava caminhando ao longo de um rio e viu peixes correndo para lá e para cá.
Ela disse: ‘Do que vocês estão fugindo?’
Disseram-lhe:‘ As redes que os humanos espalham para nós ’.
Ela disse: ‘Por que vocês não vêm para a terra firme? Vamos viver juntos, como meus ancestrais viveram com seus ancestrais. ‘
“Disseram-lhe:‘ És tu aquele de quem se diz que és o mais sábio dos animais? Você não é sábio, mas tolo! Se, em nosso ambiente de vida, temos motivos para ter medo, quanto mais no ambiente de nossa morte!
3- Como pretensão. O Hebraico tem um significado mais abrangente, é extraído do contraste que os judeus faziam entre o Leão e a raposa, o homem com poder e maior excelência intelectual era comparado ao Leão enquanto um homem com menor excelência, era associado com a raposa. Aqueles que tinham a pretensão de ser algo que não eram, era associado com as raposas. O leão tem uma juba grande e pomposa, a raposa por sua vez é um animal esquelético mas tem um pelo grande e pomposo, possui uma pretensão de ser grande e importante, mas na verdade não tem consistência alguma.
4- Com conotação moral. O Rabino Mathia ben Harash disse: “Seja a cauda dos leões, e não a cabeça das raposas. Mishná [2] Pirkei Avot 4:15 Propondo a ideia de que é melhor ser alguém de baixa posição mas com uma vida moral e espiritual correta do que estar entre aqueles de posições superiores e poderosos mas vivendo uma vida degradada e corrompida.
Resumindo o grego associa a raposa com a astúcia e esperteza, enquanto o hebraico é mais abrangente adicionando na sua associação a pretensão e conotação moral. O texto ao ser traduzido para nossa lingua perdeu parte vital do seu significado, perdeu a verdadeira dinâmica da repreensão de Yeshua (Jesus), implicitamente dando um falso significado positivo a sua resposta, exatamente ao inverso da intenção do Mestre.
Yeshua (Jesus) chamou Herodes de raposa depois que alguns fariseus relataram que Herodes queria matá-lo. A resposta de Jesus desafiou seus planos: “Diga a Herodes que primeiro tenho que trabalhar.” Mostrando aqui que Ele tinha o poder e não Herodes; “dizei àquela raposa…”
Herodes se considerava como um leão poderoso, mas Yeshua (Jesus) o rotulou de raposa, dando a entender que Herodes não era genuíno, verdadeiro e legítimo mas o comparou com uma raposa que apesar de ardilosa, está moralmente corrompida, é pomposa e acima de tudo pretensiosa, na verdade uma capa.
Para entendermos as palavras de Yeshua (Jesus) devemos entender quem era Herodes Antipas. Ele era filho de Herodes o Grande com Malthace (Samaritana), neto de Antípatro [3] do povo idumeu ou edomitas [4] que eram descendentes direto de Esaú filho de Isaac e Rebeca irmão gémeo de Jacó. Antípatro se converteu ao judaísmo e Herodes e seu filho Herodes Antipas se auto intitulavam rei do judeus por causa da herança de seus antepassados até Esaú, aquele que vendeu a primogenitura para seu irmão Jacó, mas nunca aceitou ter perdido. Na verdade, o trono de Davi tinha sido prometido por D-us para a linhagem de Jacó, Herodes Antipas se tornou um usurpador do trono e o povo judeu não o aceitava como líder, muito menos como rei.
Yeshua ao chamá-lo de raposa estava se referindo vários aspectos do poder usurpado e do caráter de Antipas. Antes de tudo, ele era ilegítimo e inapto para o cargo que tinha nas mãos, como a imagem do rei era associada ao Leão, ao rotulá-lo de raposa estava insinuando que era um pomposo, pretensioso que só tinha o poder por usurpação, era um impostor. Assim como a raposa é pomposa, cheia de pelo no exterior mas na verdade é um animal esquelético.
Yeshua (Jesus) o legítimo sucessor ao trono pela linhagem de Davi (Lucas 1:32) mostra sua autoridade ao responder e desafiar os planos de Antipas: “Diga a Herodes que primeiro tenho que trabalhar.” Jesus não estava insinuando que Herodes era astuto, ao contrário, ele estava comentando sobre a inaptidão ou incapacidade de Herodes em cumprir sua ameaça, todo o poder que ele tinha, só o tinha porque D-us havia permitido. Jesus questiona a linhagem, a estatura moral e a liderança do tetrarca e colocou o tetrarca “em seu lugar”. Isso se encaixa exatamente no quarto uso rabínico de “raposa” – conotação moral.
Vemos aqui a importância de entender o texto dentro do seu contexto cultural, histórico e linguístico, caso contrário corremos o risco de entender a passagem bíblica de forma antagônica, onde o texto sem seu contexto se torna um pretexto.

Author:
A Sfalsin

[1a] David N. Bivin (nascido em 20 de julho de 1939, em Cleveland, Oklahoma) é um estudioso bíblico israelense-americano, membro da Escola de Pesquisa Sinótica de Jerusalém. Seu papel na Escola de Jerusalém envolve a publicação do jornal Jerusalem Perspective (Online) e a organização de seminários. Bivin é membro da Escola de Pesquisa Sinótica de Jerusalém, um grupo formado por acadêmicos judeus e cristãos dedicado a melhor compreender os Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas).
[1b} Retirado do artigo: That Small-fry Herod Antipas, or When a Fox Is Not a Fox, no site http://www.jerusalemperspective.com
[2] A Mishná, (em hebraico משנה, “repetição”, do verbo שנה, ”shanah, “estudar e revisar”) é uma das principais obras do judaísmo rabínico, e a primeira grande redação na forma escrita da tradição oral judaica, chamada a Torá Oral.
[3] Antípatro era um Idumeu, que prosperou na corte dos últimos soberanos hasmoneus, passou a governar a Judeia após a ocupação romana e foi o pai de Herodes, o Grande. Foi posto por Pompeu como procurador da Palestina em 67 ac
[4] Edom em Hebraico quer dizer “vermelho” porque Esaú tinha a cor avermelhada.

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 5 “Pobres de espírito” Mateus 5

“Pobres de espírito” – O Sermão da Montanha é um discurso de Jesus encontrado no livro de Mateus nos capítulos 5-7 e em Lucas de forma fragmentada. Nesse discurso Ele aborda vários aspectos para que alcancemos uma vida justa e reta perante D’us, são lições não só de cunho moral mas também de conduta prática orientando aqueles que desejam andar conforme o “Reino de D’us”, onde devemos exibir um conjunto desses valores distintos.
Ao lermos o sermão da montanha, surge uma pergunta: Será que realmente entendemos tudo que está exposto nele? Minha primeira impressão é que não entendemos tudo claramente pela simples razão do texto original ter sido escrito em Hebraico (surpresa para muitos), depois ter sido traduzido para o Grego passando pelo Latin e finalmente chegando ao Português. Qualquer texto traduzido sofre mutações devido as diferenças nas estruturas da construção das línguas e principalmente quando se trata de frases idiomáticas.
Quero evidenciar, entre muitas frases idiomáticas no sermão da montanha essa que se refere aos “Pobres de espírito” em Mateus 5:3 (Versão Almeida Revista e Atualizada)

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;”

Essa frase idiomática, “Pobres de espírito” só pode ser entendida corretamente dentro do seu contexto original. Jesus quando ensinava lançava mão dos ensinamentos da Torá, os livros proféticos e os livros poéticos conhecido pelos judeus como Tanak, erradamente chamado de velho testamento pelos cristãos. Seus ouvintes tinham em mente todo o Tanak, portanto qualquer frase ou palavra proferida invocava a passagem bíblica em suas mentes.

O que significa ser “pobre de espírito”?
Quando Jesus usa este termo ele está fazendo uma alusão a uma série de passagens na Tanak.

Algumas delas;

1- “Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o Senhor; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra.” Isaías 66:2

2- “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” Isaías 57:15

3- “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Salmos 51:17

4- “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.” Salmos 34:18.

Vemos que o assunto aqui é o arrependimento, fator indispensável para quem deseja entrar no “reino do céus”. Ser “pobre de espírito” significa alguém que se arrependeu de seus pecados, que se voltou a D’us, que ama sua palavra e que guarda seus mandamentos.
Ele fala de forma poética, maneira típica de ensinar verdades absolutas por ser fácil de memorização. O paralelismo é uma caraterística do hebraico com prosas e poesias, o que temos aqui nas bem-aventuranças é apenas um desenvolvimento pluralista progressivo. Jesus está essencialmente construindo sobre um pensamento e reforçando a mesma idéia com diferentes nuanças nas bem-aventuranças.

O que significa o termo “reino do céus”?
Para o judeu do primeiro século especialmente um rabino o “reino de D’us” se referia ao agora e não algo no futuro.
Vale a pena notar que os judeus usavam o termo “reino dos céus” e não o termo helenístico “reino de D’us”. Eles tinham aversão em usar a palavra “D’us” por respeito aos mandamentos para não tomar o nome de D’us em vão Êxodo 20:7 – parte dos 10 mandamentos. Mas como o texto foi traduzido do hebraico para o grego, que não tem esse cuidado, usar o termo “reino de D’us” não tinha nenhum peso, lembrando que os gregos usavam a palavra “deus” de forma cotidiana, eles tinham um deus para tudo, deus do sol, das lua, das estrelas, das mar, da terra, da fertilidade etc…

Concluindo “reino do céus” é “agora” no momento presente, se refere aquelas pessoas sobre as quais Deus está governando, aos “pobre de espírito” (arrependidos).
Portanto, bem-aventurados (felizes) são aqueles que se arrependem de seus pecados, que se voltam para D’us, amam sua palavra, guardam seus mandamentos porque essas são as pessoas sobre as quais Deus está governando (agora) e que estão demonstrando Seu domínio em suas vidas, (“reino do céus”).

Etimologia:

1- “Bem-aventurados” no grego = Makarios, no hebraico = Asher (abençoado, feliz, felizardo) não existe palavra em Português apropriada para expressar Asher. Alguns exemplos Salmos 114:15
2- Versículos de 3-12 são conhecidos como as beatitudes porque foi traduzido da versão latina conhecida como Vulgata (410 ad) de Jerônimo. Jerônimo traduziu a palavra Makarios do grego para o latin = beatus dando assim origem a palavra em português “beatitudes”.
3- “Reino do céus” no hebraico = malkhut ha-Shammayim

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 4 “Olho bom e olho mau” Mateus 6

O Sermão da Montanha é um discurso de Jesus encontrado no livro de Mateus nos capítulos 5-7 e em Lucas de forma fragmentada. Nesse discurso Ele aborda vários aspectos para que alcancemos um vida justa e reta perante D’us, são lições não só de cunho moral mas também de conduta prática orientando aqueles que desejam andar conforme o “Reino de D’us”, onde devemos exibir um conjunto desses valores distintos.
Ao lermos o sermão da montanha, surge uma pergunta: Será que realmente entendemos tudo que está exposto nele? Minha primeira impressão é que não entendemos tudo claramente pela simples razão do texto original ter sido escrito em Hebraico (surpresa para muitos), depois ter sido traduzido para o Grego passando pelo Latin e finalmente chegando ao Português. Qualquer texto traduzido sofre mutações devido as diferenças nas estruturas de construção das línguas e principalmente quando se trata de frases idiomáticas.
Quero evidenciar, entre muitas frases idiomáticas no sermão da montanha, essa que se refere ao “bom e mau olho”, em Mateus 6:22-23 (Versão Almeida Revista e Atualizada)

22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; 23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

Essa frase enigmática, “bom e mau olho” só pode ser entendida corretamente dentro do seu contexto original. Jesus quando ensinava lançava mão dos ensinamentos da Torá, os livros proféticos e os livros poéticos conhecido pelos judeus como Tanak, erradamente chamado de velho testamento pelos cristãos. Seus ouvintes tinham mente todo o Tanak portanto qualquer frase ou palavra proferida invocava a passagem bíblica na mente de seus ouvintes. “Bom olho e mau olho” se refere as seguintes passagens:

1- “O que vê com bons olhos será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.” Provérbios 22:9

2- “Não comas o pão daquele que tem o olhar maligno (olho mau), nem cobices as suas iguarias gostosas.” Provérbios 23:6

3- “O que quer enriquecer depressa é homem de olho maligno (olho mau), porém não sabe que a pobreza há de vir sobre ele.” Provérbios 28:22

Nessa passagem vemos claramente que Provérbios se refere a generosidade como “bom olho” e avareza como “mau olho”. Até nos dias de hoje essa frase idiomática milenar é usada em Israel para se referir a uma pessoa generosa.

Se lermos os veículos 21-24 de Mateus em conjunto no seu contexto;

21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
22 A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; 23 Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! 24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Vemos que o assunto aqui é nossa relação com o dinheiro, bens materiais e com o próximo. Diferentemente de muitas pregações tão comuns hoje em dia centradas na prosperidade material, no ter e no ego do homen, Jesus ensina que quando somos abençoados materialmente temos um dever social de ajudar aos outros, sendo generosos. São valores centrados no coletivo em contraste com o individualismo que reina atualmente. Estudo tirado do livro “Understanding the Difficult Words of Jesus” do Dr. Roy Blizzard.

Autor: Adivalter Sfalsin

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 3 “..não vim abolir a lei, mas cumprir” Mat 5:17

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 3 “..não vim abolir a lei, mas cumprir” Mat 5:17

Passei boa parte da minha vida ativamente participando de 2 denominações protestantes (Batista e Presbiteriana). Por ter um interesse peculiar nas sagradas escrituras alguns ANOS atrás me dediquei a estudar a raiz de minha fé, ou seja a língua hebraica. Certamente o Senhor criador é um D-us pessoal e por isso iniciou seu plano de salvação com um indivíduo que se tornou uma nação e abençoou todos os membros da raça humana com o advento da vida do Messias, salvador do povo judeu e dos gentios.

Descobri então que ao estudar a bíblia eu era fortemente influenciado por 2 milênios de tradição cristã e interpretações humanas dos “pais da igreja” fazendo com que meu raciocínio fosse exclusivamente Grego/Romano e tivesse uma perspectiva 100% Helenística da bíblia. Hoje ao aproximar-me da bíblia com uma perspectiva crescentemente  hebraica vejo que muitas das interpretações e doutrinas equivocadas ensinadas no mundo cristão protestante hoje é devido há anos de desentendimento entre a igreja e a sinagoga, muitos desses com conseqüências trágicas e até sangrentas. É de suma importância para uma interpretação saudável levar em conta que as culturas são diferentes, as formas de pensar, ver o mundo e D-us podem estar tão distante quanto o leste do oeste entre as culturas diversas. Por exemplo os Gregos estudavam afim de compreender, nos, os ocidentais, estudamos afim de  aplicarmos o conhecimento em coisas práticas, os hebreus estudavam afim de reverenciar. Reverência, temor e admiração vem por meio do estudo das escrituras que levam o indivíduo a obediência, então o estudo é a expressão maior de louvor que uma pessoa pode oferecer ao Senhor.

Ao lermos a bíblia é vital entendermos que seus escritores eram Judeus, raciocinavam em hebraico e transmitiram sua mensagem dentro desse contexto mesmo que para alguns deles como Paulo ao escrever suas cartas usava o grego como instrumento mas a linha de raciocínio era hebraica. Jesus e Paulo pertenciam a escola de pensamento dos fariseus cuja interpretação das escrituras era aceita pela maiorias dos seus contemporâneos e sem dúvida influenciou os autores dos evangelhos assim como Paulo.

É comumente afirmado entre cristãos protestantes o seguinte:

1- Uma nova aliança foi feita e a antiga já não tem significância, e não é a continuação da revelação da primeira aliança.

2 – Judaísmo é uma religião da lei e o cristianismo a religião da graça.

3 – Judaísmo ensina a ira do Senhor e o cristianismo ensina o amor do Senhor.

4 – Judaísmo a religião de um povo exclusivo, cristianismo a religião internacional.

5 – Judaísmo ensina que justiça é alcançada por meio de obras e cristianismo por meio da fé.

Resumindo, ensina-se que o D-us do velho testamento é para ser temido por sua ira e o do novo testamento como o D-us do amor. Parecem até dois D-uses distintos. Naturalmente algumas dessas afirmações não são explicitamente proclamadas nos púlpitos mas implicitamente é o que afirmam.

Na minha busca para entender essas diferenças descobri que tais não existem, o Judaísmo nunca foi uma religião baseada nas obras e sim na graça de D-us. Afinal, o que o povo judeu fez para merecer ser resgatado do Egito? Certamente que ao lermos o velho testamento nos confrontamos com passagens difíceis, por exemplo onde D-us instrui o povo a exterminar seus inimigos, incluindo mulheres, crianças e idosos.. são passagens extremamente difíceis de compreender mas não podemos descartar dezenas de outros livros e passagens só porque a nossa compreensão de algumas passagens são desafiadoras.

Jesus ao “pregar o evangelho” se referia diretamente ao velho testamento principalmente aos 5 primeiros livros que é chamado de Torá, ou Pentateuco  (livros de Moises). O livro que Jesus mais cita é Deuteronômio atestando a autenticidade e autoridade do mesmo, citando-o três vezes ao repelir as tentações de Satanás. (Mateus 4:1-11; Deuteronômio 6:13,16, 8:3). Também, Jesus respondeu à pergunta quanto a qual era o maior e o primeiro mandamento por citar Deuteronômio 6:5. (Marcos 12:30).

Paulo também cita Deuteronômio 30:12-14; 32:35, 36 (em Romanos 10:6-8 e Hebreus 10:30).

Hoje seriamos capazes de testificar o amor de D-us a alguém usando velho testamento? Certamente Jesus, Paulo e os apóstolos usados pelo espirito santo converteram multidões usando esse método.

Um dos versículos com interpretação equivocada que já testemunhei e o de Mateus 5:17. “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.”  – Nova versão internacional

Há aqueles que defendem que Jesus ao cumprir toda a lei mosaica (o Pentateuco ou Torá) Ele nos livrou do peso da lei e por isso não precisamos nos preocuparmos em obedece-la. Será que tal interpretação é valida? E o que dizer dos 10 mandamentos, que estão incluídos na lei?

Gostaria de propor uma análise na raíze do texto: Antes de tudo temos que considerar que evidências mostram que os evangelhos foram primeiramente escritos em Hebraico e depois traduzidos para o Grego, apesar de não termos os originais em Hebraicos hoje. Se tiver interesse nesse assunto indico a leitura do livro em Inglês (http://www.jerusalemperspective.com/products-page/ebooks/jesus-rabbi-and-lord/) Jesus Rabbi and Lord.

As três palavras fundamentais para entendermos essa declaração de Jesus são: Lei, abolir e cumprir.

LEI – diferente da conotação em português que é de algo obrigatório, pesado e punitivo, a palavra no hebraico (yarah) significa: instrução, retidão, vida, direção e ensino. A imagem é de uma flecha que é atirada em linha reta e acerta o alvo, sendo o alvo a vontade do Senhor. Então a “lei” nos ensina a andar corretamente a fim de obedecermos ao Senhor que amamos. O Salmista exclama no salmo 119:97  “Oh! Como eu amo a tua lei! Nela medito o dia inteiro.” Como ele pode amar a lei? Eu detesto a lei, ela me obriga a fazer coisas que não desejo. Mas se entendermos o contexto em que o salmista se expressa é fácil de compreender.

ABOLIR – no grego = Karalyõ – “interpretar incorretamente”. No hebraico = batel – abolir, cancelar e destruir. Portanto a pessoa cancela, destrói e abole quando se equivoca na interpretação do texto.

CUMPRIR – no grego = Pleroõ – se refere a interpretar a passagem corretamente. No hebraico = Kiyem – re-afirmar, apoiar, guardar, observar, celebrar. Tanto BATEL quanto KIYEM estão geralmente associadas ao contexto de interpretação das escrituras.

Como alguém pode observar a lei (as instruções) do Senhor se não compreender o que a lei requer dele(a)? Se houver algum equivoco na interpretação das escrituras, provavelmente não conseguira cumprir o mandamento do Senhor como e Seu intuito, ou em outras palavras – acertar o alvo, então a pessoa pode abolir “interpretar incorretamente” – cancelando o mandamento. Em contrapartida quando se compreende corretamente a intenção do Senhor em determinado mandamento então a pessoa consegue cumprir o mandamento ou Lei (Torá). Acerta o alvo!

Então o que Jesus está realmente dizendo é: “Não pensem que vim dar uma interpretação incorreta dos preceitos/ensinamentos ou dos Profetas; não vim para dar interpretação incorreta, mas sim para interpretar corretamente, re-afirmar, apoiar, guardar, observar e celebrar a Lei (Torá).”

Meu desejo é que através do estudo minucioso das escrituras no seu contexto cultural, lingüístico e espiritual possamos viver vidas frutíferas e maduras em reverencia ao Senhor.

A.S.A.

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 2 – “”Se a vossa justiça não exceder as dos escribas e fariseus” Mateus 5:20

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 2

“Se a vossa justiça não exceder as dos escribas e fariseus” Mateus 5:20

Mateus 5:20 “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” Os escribas e fariseus eram extremamente meticulosos na observância religiosa. Temos que ser mais meticulosos ou minuciosos na nossa observância religiosa se quisermos entrar no reino dos céus? À primeira vista parece ser o caso, e é dessa forma que muitos comentaristas interpretam esse texto. No entanto muitos dos leitores instintivamente sentem que tal interpretação é difícil de ser posta em prática. Além disso, tal interpretação não corresponde com o restante dos ensinamentos no novo testamento. Como então poderemos entender essa palavras difíceis de Jesus? A chave para uma compreensão correta desse verso encontra-se em duas palavras chaves: “justiça” e “reino dos céus.”

Ao chegar nos tempos de Jesus a palavra TSEDAKAH – “justiça” no sentido salvação e libertação no velho testamento tomou adicional sentido e mais restrito, significando: ato de caridade ou generosidade para com os pobres. Aos olhos dos fariseus, generosidade, oração e jejum eram os três pilares mais importantes de uma vida piedosa – santificada. Desses três o mais importante se tornou a generosidade por ser um reflexo direto de sua relação com o criador.

Nessa interação Jesus está fazendo um trocadilho perfeito aos ouvidos de sua audiência, “Porque vos digo que, se a vossa justiça (TSEDAKAH – generosidade, novo sentido da palavra) não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis(salvação) no reino dos céus” (TSEDAKAH – salvação – antigo sentido da palavra). Em outras palavras, se vocês não confiarem na Salvação que vem somente do Senhor, de forma alguma entraram no reino dos céus.

Nos dias de Jesus TSEDAKAH – generosidade transformou-se num ato meritório em alguns círculos. Hoje em dia muitos judeus assim como muitos cristãos acreditam que podem alcançar TSEDAKAH – salvação através de sua própria justiça – TSEDAKAH – generosidade, sem se submeter a TSEDAKAH – salvação do Senhor. Em Romanos Paulo nos adverte contra tal atitude: ROM 10:3 “Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus.”

O que é o “reino dos céus”? Certamente não é algo futurístico (pretendo explorar esse complexo termo noutro artigo) “reino dos céus” é o termo dado por Jesus ao seu movimento é o conjunto de Seus discípulos. Entrar no “reino dos céus” é se tornar membro desse movimento, crer nessa mensagem. Talvez uma tradução mais corrente desse versículo seria melhor entendida de fosse assim: “Porque vos digo que, se a vossa generosidade, não for superior a dos escribas e fariseus, de modo nenhum podereis ser meus discípulos e alcançar a generosidade do Senhor, que é a salvação.”

A Sflasin
Tirado do livro
Understanding the difficult words of Jesus
Autor:
David Bivin

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 1 – Ligar e Desligar Mateus 16:19

Entendendo as palavras difíceis de Jesus Parte 1

Ligar e desligar

Mateus 16:19 – (leia todo o texto para entender o contexto desse versículo)

E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.

Os verbos traduzidos como ligar e desligar no original são amarrar e desamarrar que aparecem com mais de um significado no velho testamento, por exemplo:

Em Juízes 15:12 E disseram-lhe: “Descemos para te amarrar e te entregar nas mãos dos filisteus. “

Em Gênesis 49:11 “Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas.”

Em Números 30:2 “E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente.”

Em Daniel 3:20 “Quando um homem fizer voto ao Senhor, ou fizer juramento, ligando a sua alma com obrigação, não violará a sua palavra: segundo tudo o que saiu da sua boca, fará.”

Em 2 Reis 17:4 “Porém o rei da Assíria achou em Oséias conspiração; porque enviara mensageiros a Só, rei do Egito, e não pagava tributos ao rei da Assíria cada ano, como dantes; então o rei da Assíria o encerrou e aprisionou na casa do cárcere.” Quer dizer: Emprisionar.

Essa palavra ao chegar nos tempos de Yeshua (Jesus) havia adquirido mais um sentido, o de amarrar ou permitir, similarmente desamarrar ou proibir. Na literatura rabínica na maior parte dos textos o sentido é de permitir ou proibir. Rabinos e sábios na época de Yeshua (Jesus) eram constantemente solicitados para interpretar os mandamentos divinos em suas comunidades, com perguntas como “tal ação é permitida dentro da lei divina”? ou “tal ação pode me tornar ritualmente impuro? Etc… A bíblia proíbe o trabalho no sábado mas não define o que é trabalho, por esse motivo os sábios e rabinos eram chamados para interpretar o que constituía trabalho, desta forma “permitiam ou proibiam” (ligavam ou desligavam) algumas atividades.

Os tradutores gregos de Mateus 16:19 usaram as palavras “dein” e “luein” que significam amarrar e desamarrar embora o texto no seu contexto lingüístico significa permitir e proibir. Após essa consideração podemos concluir que Jesus estava dando a Pedro autoridade para tomar decisões em relação a vida da igreja, ele conferiu a Pedro o símbolo de autoridade “chaves do reino do céus”, “reino do céus” aqui é sinônimo da palavra D-us. Em suma o que Pedro proibisse  D-us proibiria e o que Pedro permitisse D-us permitiria em relação a regulamentação da vida da igreja.

O movimento que Yeshua (Jesus) criou, fenômeno chamado “os seguidores do caminho” era um novo capítulo na história judaica, novas situações iriam ocorrer onde esse movimento teria que tomar decisões únicas. Situações que a bíblia (Velho Testamento – Tanak) não havia instruções em como agir e até mesmo os sábios de Israel não saberiam o que fazer. Decisões teriam que ser tomadas e soluções teriam que ser encontradas e mais preocupante ainda o Mestre não estaria com eles fisicamente para ajudar em tais decisões, a responsabilidade seria de Pedro e de outros lideres desse novo movimento, contudo a afirmação de Yeshua (Jesus) dá legitimidade e afirma a autoridade de Pedro e dos lideres não deixando espaço para o medo em tomar decisões erradas. Autoridade foi dada para que ligassem (permitissem) ou desligassem (proibissem) com o aval do Senhor.

Os apóstolos assim como os sábios e rabinos eram solicitados para interpretarem as escrituras (velho testamento – Tanak) e principalmente a Torá (5 livros de Moisés), resolver disputas internas e encontrar respostas em tempos de crise. As vezes eram confrontados com pequenos problemas e reclamações como por exemplo em atos 6:1-6 onde houve murmuração dos gregos contra os hebreus na distribuição diária da comida as viúvas.

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.” Atos 6:1

As viúvas dos gregos estavam sendo desprezadas em relação em relação as viúvas dos judeus. Noutras ocasiões os problemas eram mais sérios algumas controvérsias com potencial para dividir a comunidade de forma irreparável. Uma dessas controvérsias é descrito em Atos 15 – a questão era se os judeus em suas sinagogas deveriam aceitar os gentios que tinham aceitado Yeshua (Jesus) como Senhor de suas vidas sem a exigência da circuncisão descrito na lei de Moisés (Torá). A decisão alcançada é um clássico exemplo de como a liderança desse novo movimento exercer sua autoridade de ligar (permitir) e desligar (proibir). Os discípulos e anciões se reuniram para discutir o problema, depois de muito debate Pedro se levanta e fala em Atos 15:1-11:

“1 Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.

2 Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.

3 E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos.

4 E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.

5 Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.

6 Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.

7 E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.

8 E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós;

9 E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.

10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?

11 Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.” Atos 15:1-11

Depois Tiago em Atos 15:13-21.

“E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:
Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.
E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo.
Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas,
Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.
Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.
Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue.
Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.”
Atos 15:13-21

Nessa situação a decisão de Pedro foi essencial e crucial levando em consideração que Yeshua (Jesus) deu a ele autoridade que afetaria o destino da comunidade daqueles que criam Nele. Pedro então permitiu (ligou) que os gentios entrassem na comunidade dos que criam em Yeshua (Jesus), uma sinagoga sem a necessidade de fazer a circuncisão.

Ele deliberou (permitiu) que o mandamento da circuncisão que era muito pesado para os gentios cumprirem v10 fosse abolido, sendo esse mandamento exclusivo para judeus dentro dos ensinamentos (Torah) de Moises. No v19 Pedro permitiu a entrada dos gentios sem o requerimento da circuncisão:
“Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus”.

Mas no v20 Tiago proibiu (amarrou):
“Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue”
Gentios deveriam se distanciarem de cultos pagãos que envolviam prostitutas sacerdotisas em seus rituais, se absterem de comer carnes de animais que o sangue não tinha sido removido conforme descreve Lev 7:26
(carne sufocada) “E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado.”

Da idolatria. “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.” Êxodo 20:4

Depois da exposição de Pedro (permissão) e Tiago (proibição) o restante da liderança confirmou a decisão e depois toda a comunidade.

Tradução: A Sfalsin

Retirado do livro

Understanding the difficult words of Jesus

Autor: David Bivin

Entendendo as palavras difíceis de Jesus INTRODUÇÃO

Entendendo as palavras difíceis de Jesus

INTRODUÇÃO

Os evangelhos estão repletos de erros na tradução em Português, isso faz alguma diferença para o leitor? Considerando esses erros na tradução aqui e ali, eles dificultariam nosso entendimento da mensagem de Jesus? Existem passagens nos evangelhos que foram tão mal traduzidas que potencialmente podem causar dano a nossa compreensão e conseqüentemente a nossa vida espiritual.

Infelizmente a resposta para essas perguntas é positiva. Na verdade se a “igreja primitiva” tivesse entendido as palavras de Jesus no seu contexto hebraico, a maior parte das controvérsias teológicas nunca teriam acontecido.

Minha tentativa com essa serie é estudar os textos inseridos em seu contexto cultural, lingüístico e histórico. Evidentemente é uma tarefa de proporções gigantescas dado o enorme abismo cultural que existe entre nossa cultura e a dos hebreus no tempo do segundo templo. Mas vale a pena tentar, qualquer sugestão sadia é bem vinda.

Considerando as frases idiomáticas – qualquer língua carrega essas frases que revelam sua própria identidade cultural, quando essas frases são traduzidas palavra por palavra para uma outra língua ocorre então uma deficiência no sentido e compreensão das palavras. Nos evangelhos podemos ver inúmeras frases idiomáticas que estamos tão acostumados a ouvir que não damos conta de sua existência. Alguns exemplos de frases idiomáticas na bíblia.

Genesis: 6:8 Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR. Ou simplesmente o Senhor amava Noé.

Genesis 4:1 E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim.

E Lucas 1:34 E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? Ou Simplesmente: ter relações sexuais.

Lucas 16:23 E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. Ou Simplesmente: olhou.

Lucas 23:42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino. Ou Simplesmente: interceda junto ao Pai por mim, não faz sentido Jesus só se lembrar que encontrou com ele na cruz mas sim interceder por ele.

Genesis 30:22 E lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. Ou Simplesmente: o Senhor agiu em favor dela, não faz sentido o Senhor se lembrar porque ele não pode esquecer de nada, ele é onisciente.

Mateus 6:22

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Ou Simplesmente: se você for generoso.

Tradução: A Sfalsin

Tirado do livro

Understanding the difficult words of Jesus

Autor: David Bivin