Homem justo, rei justo.

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Salmos 1 e 2

Desde a minha infância fui ensinado a recitar e memorizar o Salmos 1, certamente uma das preciosidades que me foi ensinada e tem servido como bússola desde então. Mesmo tendo-o lido numa tradução que apresenta seus desafios devido a diferença das construções gramaticais, fui muito beneficiado com seu ensinamento. Portanto tenho grande apreciação pelo mesmo. Mas me restou a pergunta: E se eu o tivesse lido no original, quais teriam sido os benefícios? Fiz esse exercício e quão grande foi o meu deleite! Neste artigo eu partilho a resposta à aquela pergunta.

Nas línguas ocidentais usamos parágrafos, pontuação e sintaxe para ordenar e expressar nossas ideias. No hebraico antigo a “gramatica” era ordenada com posição de ideias, organizada em pequenos blocos que se tornava muito mais fácil memorizar, devido a sua estrutura lógica. Outro ponto diferencial relevante é nós que codificamos ideas e compilamos em livros com índice e páginas, enquanto o hebraico antigo era escrito em pele de animais guardados em forma de rolos. Esse processo era custoso e lento. Poucos tinham acesso aos rolos.

Como não havia abundância desse material pronto para ser escrito, parágrafos e espaço entre as linhas seria uma perda de recursos. Portanto as palavras eram escritas em seguida, sem nenhuma pontuação. Foi daí que surgiu a necessidade de dividir o texto em ideias, em vez de seguir uma estrutura gramatical complexa. O texto dividido em blocos e contraste de ideias ajuda a absorvê-lo melhor. Surge, assim, o acróstico inteligente em forma quiástica. Quiástica vem de quiasmo, que consiste em uma estrutura onde o primeiro elemento corresponde ao último elemento da poesia; o segundo, corresponde ao penúltimo; o terceiro corresponde ao antepenúltimo, etc.. até chegar ao centro onde não há mais correspondência e a mensagem central da poesia é encontrada.

Abaixo o texto apresentado na sua forma original de forma Quiástica:

Quiasmo
O Texto apresentado na sua forma original no quiasmo:
Como os salmos eram dividido por ideias, não em sintaxe, ao lermos o salmos 1 e 2 concluímos que eles, na verdade são temáticos. O salmos 2 é a continuação do salmos 1, expandindo o tema da retidão pessoal até a esfera pública.

Vejamos como funciona:
Salmos 1 – âmbito pessoal.Salmos 1

Portanto, a ideia principal é: D. “as suas folhas não cairão” Salmos 1:3c .
Idea central: serão sustentados.
Por que? Os justos ou retos serão sustentados porque meditam e consideram a lei do Senhor de dia e de noite, em contraste com os ímpios que são como a moinha, formosa e pomposa, mas qualquer vento das tempestades da vida os espalham e destroem. Salmos 1 tenta ditar para o homem comum como viver sua vida e repelir o mal em seu meio.

Salmos 2 – âmbito público.

Salmos 2

Portanto a ideia principal é:
C. “O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.” Salmos 2:7 .
Idea central: O Senhor sustenta os Seus. Por que? Os justos serão sustentados porque: “… ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião.” Salmos 2:6.
A escolha do Senhor ao seu “ungido” é baseada na escolha prévia do individuo de seguir seus mandamentos: “Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Salmos 1:2

Salmos 2 aborda as nações como um todo. Então podemos concluir que minhas escolhas no âmbito pessoal são refletidas na esfera pública. O homem reto que escolheu meditar e andar nos caminhos do Senhor será um bom líder e governante do seu povo. Salmos 2 começa com as pessoas confiando em si mesmas, “coisas vãs”, em suas próprias capacidades, inteligência e altivez, expandido para os governantes. Ele termina com um convite à retidão, uma admoestação a andar nos caminhos do Senhor, ponderar a sua Lei e só assim eles serão abençoados, assim como as nações. Caso contrário, serão destruídos pelas sua próprias escolhas, vãs filosofias e ideologias. O alerta fica para aqueles que querem provar o sustento do Senhor (Salmos 1) durante as vicissitudes da vida e querem provar da benção de uma vida plena, ao cumprir os mandamentos do Senhor, que não são pesados, estão ao nosso alcance, e o Seu cumprimento traz vida. (Deuteronômio 30:11-15). Salmos 2 é na verdade a continuação do Salmos 1 e deveriam ser lidos em paralelo.
O Salmo 2 termina alertando que os governantes que não atentarem às palavras do Senhor, vão acabar sendo destruídos.

Adivalter De Assis

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