Questões da vida.

Questões da vida.

Com uma certa relutância compartilho um diálogo profundo que se passou entre minha filha de 10 anos de idade e eu com 50 anos, mas acho que as lições nesse pequeno dialogo podem nos ensinar muito em relação as questões mais profundas que temos.
Era dia 25 de Março por volta das 5 da tarde quando me encontrava com minha filha numa sala de esperada, depois de 22 horas intensas de vários exames médicos para determinar que tipo de tratamento a ser adotado. Estávamos ambos sentados numa sala de espera aguardando o transporte para retorno à casa depois de uma maratona exaustiva de exames. Ambos visivelmente cansados evitamos muita conversa numa tentativa de poupar a pouca energia restante, então, surpreendentemente o silêncio é rompido com a seguinte pergunta”:

Minha filha: “Pai, eu acho que não deveríamos mais servi ao nosso D-us”
Eu: Por que?
Minha filha: “Esse D-us não é bom Ele nos faz sofrer. Quando foram tirar o meu sangue doeu muito e Ele não tirou minha dor quando eu pedi”
Como responder a uma menina de 10 anos em forma simples para questões tão complexas? Esse era o meu desafio.
Eu: Veja filha, o meno D-us que nós dá o sol também dá a chuva, na vida temos tristezas e alegrias, dor e prazer, assim como também existem pessoas boas e más. O fato de você sentir dor não quer dizer que Ele não nos ama. Além do mais a pequena dor que você sentiu é para melhorar sua saúde.
Minha filha: : “Ah papai, eu tive uma boa ideia para dar para D-us.
Eu: Então, que ideia é essa?
Minha filha: “Sabe que você disse que existe pessoas boas e más? Vou dar a idea de dividir o mundo em dois, um lado só pessoas boas e do outro só pessoas más, assim não vai ter tanto problema”.
Eu: Com um certo riso respondi: É, sua ideia é ótima mas Ele prometeu que vai fazer isso no futuro, separar aqueles que amam ao Senhor daqueles que o desprezam.
Minha filha: “Então porque ele não faz isso agora?”
Eu: Sinceramente não sei, mas com certeza fará.

Após esse breve diálogo fiquei pensativo, fui transportado anos atrás ao início da minha juventude quando fazia esse tipo de perguntas. Fiquei surpreendido ao notar que uma menina de 10 anos de idade já faz perguntas tão profundas e tão comum a nós todos. Ao tentar desdobrar as questões fundamentais contidas em tais perguntas inocentes cheguei a conclusão de que o que realmente ela estava perguntando eram questões relacionadas com o propósito da vida, porque sofremos e qual será nosso destino. Em poucas perguntas ela conseguiu tocar nas questões mais profundas da vida, que são:
1- De onde eu venho? Origem.
2- Por que estou aqui? Propósito.
3- Para onde vou? Destino.
4- Por que sofremos? Justiça.
Essas questões são as mais básicas da vida e certamente se você ainda não as fez, em algum ponto de sua vida as fará. Para aqueles que tem uma mente voltada para a ciência a resposta da mesma é insatisfatória porque só lida com a questão da origem, deixando de fora as outras três, ao tentar explicar a origem da humanidade através de acontecimentos aleatórios através de teorias questionáveis, deixa de fora as questões mais importantes, como propósito, destino e justiça. Se somos o resultado do acaso cósmico, passamos simplesmente a ser uma forma de vida biológica que conseguiu evoluir a uma consciência própria. O problema é que essa posição deixa uma grande questão de fora, o propósito. A vida passar a ser uma tentativa de sobreviver e levar a espécie adiante até que o próximo acidente cósmico eleve a nossa forma de vida a um grau mais alto.

Os famosos filósofos gregos tais como Aristóteles, Platão e Heráclito que tanto influenciam o pensamento ocidental tentaram responder essas questões com uma visão dualista do mundo, onde o mundo é dividido em material versus espiritual, sendo que material é inferior e espiritual e superior. Influenciado por esse pensamento os soldados romanos ao serem confrontados com a eminência da guerra e a possibilidade concreta de morrer citava: “Gloria Exercitus” glória ao exército, ele encontrava o propósito no coletivo (algo fora dele) e na certeza da uma glória no mundo espiritual, sua individualidade era sacrificada no altar da glória do império romano para um “bem” maior.
A visão bíblica da vida é muito mais abrangente ao responder essas questões, de forma coerente ela responde os anseios mais profundos do ser humano. Do gênesis ao apocalipse a bíblia responde essas questões de forma coerente e concisa, ao criar o ser humano “E disse D-us: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” Gen 1:26 ele responde a primeira questão – Origem.

Propósito – O sábio Salomão explora a questão da futilidade se vivermos como se este mundo e tudo o que nele existe e pode oferecer fossem tudo o que há. Ele conclui o livro de Eclesiastes da seguinte forma: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é:
13 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
14 Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.” Eclesiastes 12:13-14
Ele enfatiza, depois de discursar aspectos práticos da vida, que a vida se resume a honrar a D-us em nosso pensamentos, guardar Seus mandamentos porque um dia estaremos diante do trono divino para prestar contas.
Em Mateus 1:21 diz que Jesus veio para “salvar o seu povo dos seus pecados”. A palavra “salvar’ aqui no grego é “sōzō” que quer dizer “restaurar/curar”, mas restaurar o que? A relação perdida no jardim do éden, onde a relação entre D-us e a humanidade foi quebrada através da desobediência do homen. Vemos que o propósito está intrinsecamente ligado aos relacionamentos, encontramos sabor na vida quando nos relacionamos um com o outro. Uma vida vivida na solidão se torna vazia e sem razão. D-us ao declarar “façamos” da a entender que ele é um Ser relacional. Essas e outros muitas passagens nos revela o propósito da vida em encontrado nas relações, Se a relação humana é tão vital para nosso propósito, quando mais nossa relação com nosso criador.
Destino – O último livro da Bíblia, o Apocalipse, discute o que irá acontecer no fim dos tempos. Após o retorno de Jesus os céus e a terra que nós conhecemos são destruídos e um novo céu e uma nova terra serão criados eternamente. Todas as maldições lançadas no gênesis serão desfeitas, não haverá mais tristeza, doenças, morte e dor. (Apocalipse 21:4). Deus diz que aqueles que persistirem irão herdar todas as coisas, Ele será seu Deus e eles serão Seus filhos. Portanto, como era no início em Gênesis, a humanidade redimida irá viver em comunhão com Deus, livre do pecado e da maldição do mesmo, em um mundo perfeito.
“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.
E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro”.
1 João 3:2-3.
Justiça – Quem nunca se perguntou porque sofremos ou porque o mal existe? Obviamente não é possível explorar esse tema complexo em poucos linhas, mas gostaria de brevemente tocar em alguns aspectos dessa questão. 1- Ao fazermos essa pergunta pressuponha-se que deve haver justiça. Aquele que crer somente na ciência ou se declara ateu não tem base moral fundamental para fazer tal pergunta, porque na cosmovisão dele não ha D-us, se somos apenas produto da evolução ou do acaso, o que importa se há justiça ou não? Se morremos hoje ou amanha? Se é acidental ou provocado por alguém?
A busca pela justiça pressupõe que haja uma ordem moral universal que me permite fazer tal pergunta, se há uma ordem moral universal tem que necessariamente haver uma doador dessa ordem, na visão bíblica, D-us. Se não há D-us, a questão do bem e do mal se evapora.
Quando presenciamos injustiça ou o sofrimento de um inocente, um mecanismo natural dentro de nós grita estridentemente dizendo: “não devia ser assim”, “isso está errado”, de onde vem esses questionamentos? Talvez seja um indício que realmente haja um D-us justo e que realmente não deveria “ser assim”, mas algo está errado. Esse algo é o pecado, o errar o alvo, o desobedecer ao Senhor. Por isso que Paulo, grande conhecedor do Tanak (Velho testamento) declarou: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”

 

Autor: Adivalter Sfalsin

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