Salmos 71:1-9
Em ti, SENHOR, confio; nunca seja eu confundido.
Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.
Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente. Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel.
Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.
Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.
Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.
Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.
Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força.
Nesse versículo a palavra hebraica para “Não me rejeites” é (שָׁלַךְ) “Shalak” é usada 125 vezes no Velho Testamento (Tanak) com três significados básicos, que são:
1- lançar, jogar fora
2- ser lançado
3- ser derrubado
No início do salmo o salmista descrever o relacionamento outrora favorável de D-us, podemos supor que, no passado, ele se sentiu não apenas perdoado e apoiado, mas também favorecido.
A vida era boa, cheia de propósito, satisfatória e o mais importante, agradável ao Senhor. Agora, por razões desconhecidas a maré mudou. Agora ele se sente rejeitado, perdido ou pior, ignorado. Antes D-us sorriu para ele, agora seu D-us está visivelmente ausente.
Observe quem é o ator neste drama, não é o salmista. Ele é o receptor passivo; D-us é o ator. “Sua raiva”, “Você me levantou”, “Você me jogou fora.” Ainda vítima de inexplicáveis represálias divinas, este resumo diz tudo. “Não sei o que fiz de errado. Tudo parecia estar bem com o Senhor e comigo. Agora, de repente, o Senhor se voltou contra mim.”
Tudo isso deve soar familiar, talvez seja pessoal para você, esteja certo que não está sozinho nesse sentimento. No livro de João 9:1-3 lemos sobre o mesmo trauma emocional, embora com outro personagem.
“E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.” Os discípulos assim como o salmista perguntaram; “O que esse homem ou seus pais fizeram para merecer tal punição?” Eles presumiram que a cegueira desse homem era o resultado de uma punição, então deve haver algum pecado terrível por trás disso. O salmista fez a mesma suposição: “Minha vida é jogada fora como lixo. O que eu fiz errado?” O salmista procurava alguma resposta e não obteve nenhuma. O cego também não teve resposta, até que Yeshua redirecionou o olhar do passado para o futuro. O relevante não é o que aconteceu mas sim o que resultará disso. Como os discípulos, queremos atribuir culpas. Como no caso de Jó e do salmista ambos alegam inocência. A resposta à pergunta não é culpa, mas propósito. Não podemos mudar o passado, se tornou história, mas podemos mudar o futuro, tudo depende de nossa atitude no “agora”.
Devemos dizer: ”Senhor, eu não sei por que está fazendo isso, mas sei que sabes a razão, eu confio em Ti.”
Não é tão fácil dizer isso, certo? Mas é o que precisamos.
Autor: A Sfalsin
Fonte de pesquisa: Skip Moen, D. Phil. Kaiser, W. C. (1999) R. L. Harris, G. L. Archer Jr., & B. K. Waltke (Eds.), Theological Wordbook of the Old Testament (electronic ed., p. 600)